Sob este viaduto,
donde partem
as notas dos madrigais
dos jovens corações,
há gente morrendo
de fome.
Quer dizer,
se me juras teu amor
e paro de vez
com este negócio
de canção,
mau vendedor
que sou
-sucedâneo,
fragmentário,
byroniano-,
ainda,
sob este viaduto,
haverá gente morrendo
de fome.
Morena,
entenda que
eu te canto,
e te canto
como alguém que faz
a vida da vida
em frangalhos,
menos como cantor
que como operário:
sob este viaduto
donde te escrevo
(minha vida quadrada
vê incrédula o século,
preso n'alma
pelas janelas do ônibus 326
Bancários - Castelo),
há gente morrendo
de fome,
de fome,
de fome.
José A. Vargas B.Rio de Janeiro, janeiro de 2010.
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