sábado, 21 de junio de 2008

Te amo (no Elevado do Caju)

A todas as minhas musas,
pela sua irremediável volatilidade.


Morena
que a estas horas
em outros braços descansas,
saiba
que eu te amo
no Elevado do Caju.

Não sei se eu te amaria
se os tempos fossem outros
ou se te amarei em Santa Cruz.

É tanta a adversidade.

Sei,
como é evidente,
que te amo
no Elevado do Caju.

Quiçá em outras
circunstancias
(digamos, por exemplo,
no tempo de outrora
ou no Calçadão de Bangu)
não mesmo te amarei.
Daqui a uma semana,
sabe-se lá,
poderei amar uma outra
mulher,
morena também, como tu.

Contudo,
é daqui que agora eu vejo
o cais
(um barco atraca
em um estrondo).
E penso com meus botões
velhos
que eu te amo,
não sei se te amarei,
nem sequer penses em se te amei.
Não sou o primeiro
nem és a última.

Sei, de um saber indubitável,
que te amo
no Elevado do Caju.


José A. Vargas B.

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